A rivalidade entre torcidas organizadas de Atlético e Cruzeiro é apontada como a principal causa de uma confusão que terminou em esfaqueamento na madrugada deste sábado (19), em Belo Horizonte. A confusão aconteceu na avenida Pedro II, na altura do bairro Caiçara, na região Noroeste da capital.
A Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência por volta de 1h. Ao chegar a um posto de combustível na Pedro II, a viatura encontrou a vítima, de 39 anos, deitada no chão do estabelecimento. A esposa do homem disse que ele foi esfaqueado por um motorista de aplicativo, de 26 anos. Segundo ela, o marido e o motorista se desentenderam durante a corrida. A mulher alega que o motorista disse que pertence a uma organizada do Cruzeiro e teria decidido encerrar a corrida ao descobrir que o marido dela tem ligação com uma organizada do Atlético.
Segundo a mulher, o motorista parou em um posto de combustível na avenida Pedro II e pediu que eles descessem do veículo. No momento do desembarque, os dois homens começaram a brigar. A esposa do passageiro alega que o motorista pegou uma faca e desferiu vários golpes contra o marido dela, que caiu no chão. Na sequência, o motorista de aplicativo entrou no carro e fugiu.
Motorista foi encontrado pela PM
Após receber os dados do motorista do aplicativo da esposa da vítima, os policiais do Tático Móvel começaram um trabalho de rastreamento e levantamento de informações. Pouco depois, a PM conseguiu localizar o endereço ligado ao veículo e identificou a família do motorista, no bairro Piratininga, na região Norte de BH. Os familiares ligaram para o motorista e ele passou a localização em que estava a PM e disse que aguardaria os militares no local.
A versão do motorista de aplicativo
Aos policiais, o motorista disse que o casal estava completamente embriagado e ficou boa parte da viagem contestando o trajeto da corrida. No deslocamento, o motorista alega que o passageiro atleticano começou a ofendê-lo e utilizar termos pejorativos contra o time dele, o Cruzeiro. O homem também teria começado a dar socos no carro.
O motorista afirma que parou o veículo e disse que encerraria a corrida. Neste momento, ele alega que começou a ser agredido fisicamente pelo passageiro. Por isso, o motorista ressalta que pegou uma garrafa que estava no posto de combustível para se defender e desferiu vários golpes contra o passageiro e deixou o local por questões de segurança. Em nenhum momento da ocorrência, o motorista alega ter utilizado uma faca para golpear o passageiro.
Passageiro precisou fazer cirurgia
Apesar do motorista alegar ter utilizado uma garrafa, a equipe médica do Hospital Metropolitano Odilon Behrens afirmou, de maneira preliminar, que os ferimentos encontrados no corpo do passageiro são compatíveis com golpes de faca. Perfurações foram identificadas em várias partes do corpo da vítima. Por conta disso, a vítima foi submetida a cirurgia e tem quadro de saúde estável.
O autor, que estava com ferimentos na mão, também recebeu atendimento médico. Após ser liberado, ele recebeu voz de prisão por tentativa de homicídio. O caso será investigado pela Polícia Civil.
