Domingo fecha programação que comemora o Dia do Rio das Velhas, curso d’água que abastece 60% de BH e RM

Uma extensa programação ao longo desta semana termina hoje (29), marcando as comemorações do Dia do
Rio das Velhas. As ações são gratuitas e acontecem ao longo deste domingo no parque Eldorado, em Contagem.

Vice-presidente do
Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, Ronald Guerra detalha essas ações. “Durante toda essa semana estamos realizando atividades em vários territórios da bacia, comemorando o Dia do Rio das Velhas. Essas atividades têm o objetivo de trazer mais atona a discussão sobre o processo de revitalização do rio. A ideia é fazer uma grande comemoração justamente em defesa dessas nascentes urbanas e dos rios que muitas vezes a gente nem percebe. Rios, às vezes, que estão canalizados e a gente não sabe nem da própria existência deles. Com esse grande encontro comemorativo, a gente também levante aí a ideia de que é necessário a revitalização desses rios urbanos”, explica.

As ações tem início às nove horas da manhã, com previsão de término até o final da tarde. São visitas guiadas a nascentes no próprio parque, brincadeiras de cunho educativo-ambiental, e até um espetáculo teatral, montagem pelas companhias Solares e Lamparina.

Os desafios de um dos mais importantes cursos d’água de Minas Gerais.

O Rio das Velhas tem ao todo 806 quilômetros de extensão. Nasce no Parque das Andorinhas, em Ouro Preto, numa altitude de 1100 metros; e deságua no Rio São Francisco, na cidade de Várzea da Palma. A população no entorno da bacia é estimada em 4,4 milhões de habitantes.

O curso d’água tem importância especial para BH e a região metropolitana – sendo responsável por cerca de 60% da água consumida na capital e em cidades como Sabará, Raposos e Sete Lagoas. A água é captada pela Copasa no sistema fio d’água, direto no curso do rio, na estação de Bela Fama, em Nova Lima. Evitar o despejo irregular de esgoto é um dos maiores desafios.

“Considero que o maior desafio para o Rio das Velhas é a universalização do saneamento, do tratamento de esgoto. Algumas áreas, como a região metropolitana, como Belo Horizonte, já têm mais investimento em tratamento de esgoto, mas esses investimentos precisam ser ampliados”, pede o vice-presidente do Comitê.

Guerra ainda recomenda “trabalhar melhor o uso e ocupação do solo. Solos que são cada vez mais impermeáveis, com a urbanização, prejudicam a oferta de mais qualidade de água. Então a gente precisa trabalhar melhor o processo de permeabilização do solo, tanto nas áreas rurais, com práticas culturais e atividades mais adequadas, e principalmente nas áreas urbanas também, com modelos de drenagem que possam assegurar cada vez mais a penetração da água”, defende o ambientalista.

Cada um tem que fazer sua parte

O poder público é responsável e precisa ser cobrado para agir, proteger o rio. Mas cada um de nós tem o seu papel na preservação do meio ambiente. Essa é a mensagem de destaque nesta semana de ações em comemoração ao Dia do Rio das Velhas.

“O que mais a gente trabalhou é mostrar para a população da bacia do Rio das Elas a importância desse rio. Com as expedições de 2003, 2009 e 2017, principalmente a de 2003, nós fizemos um grande movimento percorrendo toda a calha do Rio das Velhas, passando por todas as cidades no curso do rio e fizemos um grande processo de mobilização, de articulação social, articulação institucional com as prefeituras, com todos os atores que atuam na bacia, as empresas, com a sociedade civil, em prol da revitalização do rio. Então o que é mais importante para a população é cada vez mais ela se apropriar desse movimento que é fundamental para a gente consolidar todo o processo de revitalização”, conclui Ronald Guerra.