A Polícia Civil de Minas Gerais ouviu, nesta segunda-feira (9), a idosa de 71 anos que foi flagrada furtando estabelecimentos comerciais em Belo Horizonte. Na semana passada, ela foi flagrada na terça-feira (3) e na sexta (6) furtando lojas nos bairros Palmares, na região Oeste da capital mineira, e Coração Eucarístico, na região Noroeste.
Maria Roseneida Silva Lima foi até a delegacia de forma espontânea para registrar uma ocorrência de perda de documento. Os policiais reconheceram a idosa como a autora dos furtos e colheram o depoimento da mulher. A “vovó do crime”, como vem sendo chamada, foi ouvida e liberada.
Câmeras de segurança mostram como Maria Roseneida agia. Ela despistava os atendentes e escondia os objetos furtados debaixo do vestido. Em entrevista à nossa reportagem, com exclusividade, a vovó do crime assume que pratica os furtos há mais de 15 anos.
“Eu cheguei aqui para fazerem uma ocorrência para mim porque eu perdi minha identidade e meu cartão. Eu tô com medo deles acharem meu cartão poque tem aproximação. Esse negócio de ficar no crime é o seguinte: eu roubo leite para vender mais barato. Lata de leite de R$ 100, eu vendo por R$ 30. Pego nada de luxo”, disse a idosa.
‘Não escondo nada. Fui eu mesmo’, confessa idosa
Questionada sobre o furto a uma loja de roupas no bairro Padre Eustáquio, de onde furtou 20 camisas, ela confessou o crime. Imagens de câmeras de segurança filmaram a idosa colocando as peças debaixo da saia do vestido.
“Eu não escondo nada não. Fui eu mesmo. Não coloquei 20 peças, coloquei umas 12 camisas dobradas. Não ligo não. Vendi elas em outra cidade, por R$ 10, R$ 15… vendi e comprei duas cestas básicas”, comentou.
Maria Roseneida ainda afirma que só pega itens básicos de alimentação e higiene. “Eu posso ver o celular que for, não pego. Meu negócio é comer. Eu pego chocolate, coisa de comer, leite, carne”.
‘Dá mole cinco minutos já era, tô levando’
A idosa conta que já chegou a ser presa após furtar um chocolate, mas não ficou nem um dia detida. Segundo ela, os filhos e netos repreendem os furtos, mas ela tem até estratégia para concretizá-los.
“(A senhora pega em supermercado também?) Pego. Ainda mais pó de café, aí que pego mesmo. Eu entro, se eles não me virem… dá mole cinco minutos já era, tô levando”. “Minha filha nem tá conversando comigo mais. Nem neto. Eles falam: ‘para com isso vó. Daqui a pouco eles te matam’. Morrer, enterra”, disse.
Apesar da resposta para a família, Maria Roseneida confessa que tem medo de ser linchada por comerciantes, caso seja pega furtando. “Eu quero parar. Os donos da loja lutam para ter. Se me matarem, não dá nada não. Mas eu tô com mais medo de ser linchada. E quando eu for presa? Ninguém vai me mandar nenhuma bala”.
Fonte: Itatiaia